quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Somos Racionais

No mundo em que se vive hoje, muitos se transformam em feras para poder sobreviver em meio a outras tantas feras que existem por ai.
Acredite-se que o mundo vive um fato marcante na história: um mundo transformado em selva, onde cada canto esconde um perigo. E pessoas, que são trasformadas em feras para poder aguentar esse novo mundo, para poder suportar esses novos perigos. É um mundo em que as pessoas sofrem mutações todos os dias.
Todos os dias, milhares dessas tais feras saem cedo de suas tocas, e vão atrás de suas caças. Elas lutam, se machucam e, no fim, há sempre um ganhador e um perdedor. O ganhador de hoje nem sempre será o ganhador de amanhã, e talvez o perdedor de hoje podera ser o vencedor de longas batalhas amanhã.
Talvez essas lutas não sejam tão necessárias. Se essas feras fossem espertas, elas dividiriam suas caças com quem precisasse, e seriam mais solidárias com o próximo. Elas também cuidariam melhor desta selva, e assim poderiam diminuir os perigos que nela existem. Se elas fossem sábias, ninguém se machucaria, e todos viveriam maravilhosamente bem.
As pessoas deste mundo selvagem precisam de amor, de carinho. Elas precisam acordar dessa ilusão de que o dinheiro pode comprar o mundo, ou um posto superior em meio à sociedade. Elas precisam saber que não são feras; precisam saber que são animais racionais, que são capazes de amar ao próximo e a si mesmo.
"Vivendo entre feras, o homem tem necessidade de também ser fera" (Augusto dos Anjos)

Naiara Cristina dos Anjos

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A viagem

Era tarde.Um fim de tarde comun,muitas nuvens no céu,o sol realmente não queria aparecer, ea chuva caia faceira,alegre,cada gota de água sorriaao se divertir em meio ao ar,e o chão.
Estava eu com minha mãe, ambas sentadas em um banco,perto da plataforma e de umas lojinhas onde se vendia presentes e outros objetos ,na rodoviária de joinville.Nós íamos para casa de alguns parentes que moravam a poucas horas dali.
Eu estava sentada ,calada,e olhando fixo para frente .Eu não estva pensando em nada,pois já estva cansada de tanto esperar.Naquele momento ,eu só queria poder embarcar e descansar em pouco,até chegar ao meu destino.Em meio ao silêncio dos meus pensamentos,algo interessante me chamou a atenção.
Ele estava sentado ,com uma mochila ao seu lado ,seus olhos eram arregalados,não era nem alto e nem baixo,nem gordo e nem magro,era apenas um rapaz com seua dezesete ou dezoito anos de idade.
Como eu estava dizendo,algo me chamou a atenção para ele.Eu pude perceber quer ele estava com um bloco de notas em uma das mãos, e na outra havia uma caneta.Sem querer,eu pude notar que ele olhava tudo oque tinha ao seu redor ,ele olhava com muita atenção,e logo após olhar sempre fazia algumas anotações.
Nossa,eu realmente percebi o quanto sou curiosa!.Eu fiquei pensando,por muito tempo,no que ele poderia estar escrevendo.Talvez ele estivesse apenas escrevendo uma receita de algum quitute para a sua vó,ou escrevendo apenas uma carta para um velho amigo.Quem sabe ele fosse um cronista,e estivesse escrevendo alguma crônica sobre a sua viagem?.Bom,eu realmente não sei o que tanto ele escrevia,mas eu sei que era algo importante, pois era possível sentir no olhar dele,na forma que ele tinha em se expressar,que ele realmente se sentia bem,que ele sentia prazer em escrever...
O que era para ser uma tarde entediante se tornou uma tarde especial.Um momento que me fez refletir ,que me fez prestar mais atenção no que acontece ao meu redor.O tempo naquela rodoviária passou rápido,tão rápido que eu nem percebi as horas se passarem .
Olhei para o lado,ouvi minha mãe sussurar que o nosso ônibus já tinha chegado.Peguei minhas malas, e andei em direção à plataforma.Por algumas instantes eu olhei para tráz,e vi que o rapaz já não estva mais lá.Eu continuei em frente com minha mãe .Viajamos e passamos um belo fim de semana com a nossa família,Já o rapaz,é óbivio que eu nunca mais o vi ,a onde quer que ele esteja nesse momento,eu sei que boas palavras ele escreveu em seu bloco de notas.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Crônica: A arte de ser avó. (Rachel de Queiroz)


A arte de ser avó.

Quarenta anos, quarenta e cinco. Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem suas alegrias, as sua compensações - todos dizem isso, embora você pessoalmente, ainda não as tenha descoberto - mas acredita.
Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade.
Não de amores nem de paixão; a doçura da meia-idade não lhe exige essas efervescências. A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade. Bracinhos de criança no seu pescoço. Choro de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor. Meu Deus, para onde foram as suas crianças? Naqueles adultos cheios de problemas, que hoje são seus filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento e prestações, você não encontra de modo algum as suas crianças perdidas. São homens e mulheres - não são mais aqueles que você recorda.
E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis - nisso é que está a maravilha. Sem dores, sem choro, aquela criancinha da sua raça, da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino que se lhe é "devolvido". E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito sobre ele, ou pelo menos o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário, causaria escândalo ou decepção, se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.
Sim, tenho a certeza de que a vida nos dá os netos para nos compensar de todas as mutilações trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes, que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis.
Aliás, desconfio muito de que netos são melhores que namorados, pois que as violências da mocidade produzem mais lágrimas do que enlevos. Se o Doutor Fausto fosse avô, trocaria calmamente dez Margaridas por um neto...
No entanto! Nem tudo são flores no caminho da avó. Há, acima de tudo, o entrave maior, a grande rival: a mãe. Não importa que ela, em si, seja sua filha. Não deixa por isso de ser a mãe do neto. Não importa que ela hipocritamente, ensine a criança a lhe dar beijos e a lhe chamar de "vovozinha" e lhe conte que de noite, às vezes, ele de repente acorda e pergunta por você. São lisonjas, nada mais. No fundo ela é rival mesmo. Rigorosamente, nas suas posições respectivas, a mãe e a avó representam, em relação ao neto, papéis muito semelhantes ao da esposa e da amante nos triângulos conjugais. A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe banho, veste-o, embala-o de noite. Contra si tem a fadiga da rotina, a obrigação de educar e o ônus de castigar.
Já a avó não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto. Mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas não programadas. Leva a passear, "não ralha nunca". Deixa lambuzar de pirulito. Não tem a menor pretensão pedagógica. É a confidente das horas de ressentimento, o último recurso dos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia. Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura. Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido, antes uma maravilhosa subversão da disciplina. Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer croquetes, tomar café, mexer na louça, fazer trem com as cadeiras na sala, destruir revistas, derramar água no gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes se quiser - e até fingir que está discando o telefone. Riscar a parede com lápis dizendo que foi sem querer - e ser acreditado!
Fazer má-criação aos gritos e em vez de apanhar ir para os braços do avô, e lá escutar os debates sobre os perigos e os erros da educação moderna...
Sabe-se que, no reino dos céus, o cristão defunto desfruta os mais requintados prazeres da alma. Porém não estarão muito acima da alegria de sair de mãos dadas com o seu neto, numa manhã de sol. E olhe que aqui embaixo você ainda tem o direito de sentir orgulho, que aos bem-aventurados será defeso. Meu Deus, o olhar das outras avós com seus filhotes magricelas ou obesos, a morrerem de inveja do seu maravilhoso neto!
E quando você vai embalar o neto e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz "Vó", seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.
E o misterioso entendimento que há entre avó e neto, na hora em que a mãe castiga, e ele olha para você, sabendo que, se você não ousa intervir abertamente, pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade.
Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menino - involuntariamente! - bateu com a bola nele. Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beicinho pronto para o choro; e depois o sorriso malandro e aliviado porque "ninguém" se zangou, o culpado foi a bola mesma, não foi, vó? Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague. s2

Rachel de Queiroz .

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mil Palavras ...

Eu analisei a crônica chamada ‘Mil Palavras’ escrita por Jura Arruda,e publicada no jornal 'A Noticia’. Na minha opinião, essa crônica é muito interessante,e aborda um assunto que chama a atenção do leitor, fala sobre as palavras, sobre os sentidos das imagens. O autor escreve muito bem, usa palavras diferentes, que nós não costumamos ver muito no meio do nosso cotidiano, no meio das nossas falas, ou conversas.
O autor utilizou um assunto do nosso cotidiano, aqui no caso, as palavras, utilizando os elementos básicos da narrativa.A opção do ponto de vista foi mantida, pois o próprio autor narra a crônica, e ele mantém o seu próprio ponto de vista até o final,deixando assim um texto muito inteligente e com um certa ‘’personalidade’’ forte.O título e o desfecho são muito interessantes, o título (Mil Palavras)chama muito a atenção para o texto, faz o leitor sentir vontade de ler,e o desfecho também é muito interessante, expressa realmente o que o título quer dizer, explica claramente o assunto abordado.
A visão pessoal do autor aparece claramente na crônica, ele fala do seu próprio ponto de vista, do que ele acha em todos os momentos.
Em uma parte da crônica, logo nos primeiros parágrafos o autor diz que ele encontra mais imagens nas palavras, do que sentido nas imagens.Essa parte me causou grandes momentos de reflexão, foi umas das frases que mais me chamou a atenção, pois se você for parar para pensar, realmente muitas imagens hoje em dia não passam de ser apenas imagens, sem muito sentido, o que é muito triste, pois as imagens vão perdendo os seus verdadeiros valores.
Enfim, resumindo tudo isso, como eu já tinha dito, realmente é uma crônica muito interessante, e ‘gostosa’ de ler.E fica ai a dica, se você quer ler uma boa crônica, pesquise e leia ‘Mil Palavras’, de Jura Arruda.

domingo, 27 de junho de 2010

Copa do mundo, Vuvuzelas e Crônica!


Estava por aí vendo as vuvuzelas...


Estava sentado na escada de minha casa vendo meus filhos jogando bola na rua. Tudo calmo para um domingo do interior mineiro.
De vez em quando passava algum moleque vestido com uma camisa da seleção brasileira e tocando uma vuvuzela. Quem diria!
Depois de algum tempo passa duas pessoas discutindo sério: O Dunga é um burro! Dizia um. O Dunga está certo! Dizia o outro. Como do nada minha esposa grita lá de dentro: Estão roubando da Inglaterra! Respondi em tom mais baixo: Ninguém rouba dos ingleses não! E ela respondeu mais alto ainda: No futebol seu idiota!
Entrei para dentro de casa para ver porque minha esposa só é torcedora de copa do mundo e como tal, entende nadinha de futebol. Mas realmente teve um gol legítimo a favor da Inglaterra contra a Alemanha que o juíz não deu e poderia ter mudado a historia dessa copa. História ou estória? Quem vá lá saber. Quem descobriu o Brasil mesmo? Colombo ou Cabral? Para mim foi Colombo mas diz nossa estória que foi Cabral. Sem nenhum preconceito vago a dizer que a terra brasileira foi prejudicada pela estória. Mas em contrapartida imaginemos que quando os ingleses foram buscar um mundo novo caíssem na América Latina do lado do oceano Atlântico. Seríamos a maior potência do mundo mas a terra brasileira... Sei não. Só erros de conceitos e de arbitragens... Quem vá lá saber...


Autor:José Eduardo Antunes.